GOT S07E03 - Queen's Justice - Review
Terceiro episódio desta temporada de GOT. O mais “meh” de todos, na minha humilde opinião, mas também a primeira vez na vida em que olhei para a Cersei e pensei: “o que ela está a fazer até se compreende”.
Esta review não segue necessariamente a ordem pela qual os eventos decorreram no episódio.
Julgo que o episódio passou demasiado rápido de um lugar para o outro o que não permitiu que víssemos coisas a acontecer em alguns sítios e, por outro lado, deixou demasiadas perguntas por responder. Mas vamos a isto.
SPOILERS AHEAD
Comecemos a análise pelo sítio onde todos queriam/querem ver coisas a acontecer: Pedra do Dragão. Jon Snow chega com Davos e é recebido pela entourage de Daenerys. Curioso ver aqui elementos de 4 fações que agora se agrupam em 2. Davos estava inicialmente alinhado com os Baratheon, Snow com os Stark, Tyrion com os Lannister e Missandei com Daenerys.
Há um diálogo curioso entre Snow e Tyrion, que atiram picardias um ao outro relembrando o seu último encontro e aquilo que acaba por os unir: ambos têm traços que faz com que se possam sentir outsiders nas suas próprias famílias: o bastardo e o anão.
Depois o primeiro encontro de Jon com os Dragões. Engraçada a expressão de Jon que é muito semelhante à que fez quando viu o Rei da Noite pela primeira vez. E então, depois de percorrido o longo caminho da praia até à fortaleza, Jon e Daenerys são formalmente apresentados: Daenerys Targaryen, rainha de tudo e mais alguma coisa anunciada por Missandei, e Jon Snow… Rei do Norte. Apresentado de forma direta por Davos Seaworth. O único título que Jon tem, não é sequer reconhecido pela Daenerys, tal como ela deixa imediatamente claro. O pai de Jon esteve nas linhas da frente da revolta que acabou com a dinastia do pai de Daenerys. O pai de Daenerys matou o tio e o avô de Jon.
Daenerys apresenta-se aqui demasiado confiante. Entende que a guerra pode ser ganha e está age como se não precisasse de nada do que Jon tem para oferecer. No entanto Varys chega para trazer más notícias: a frota de Daenerys foi, na sua maioria afundada, destruída por Euron e, com isto, Daenerys já tem um aliado a menos. Irá perder mais um antes do fim do episódio…
Apesar da sua relutância em acreditar nos monstros que Jon diz existir para lá da muralha, Daenerys acaba por dar a Jon o que ele pede: Vidro de Dragão para fazer armas. Estão lançadas as sementes para a aliança que todos querem ver desde o início. Acredito que será a chave para a vitória futura quer a Norte, quer a Sul.
Olhando agora para Rochedo Casterly, a batalha genialmente planeada por Tyrion foi ganha de forma estranhamente fácil. O próprio Grey Worm desconfiou de imediato.
Tyrion, encarregue pelo pai, construiu os esgotos da cidade e por isso criou uma passagem secreta para poder fazer entrar as suas rameiras no castelo. Muito esperto este Tyrion. Foi por essa passagem que fez entrar um grupo de Imaculados que tomou o castelo por dentro e abriu os portões para que os restantes entrassem. Muito engenhoso. Por outro lado, os irmãos de Tyrion parecem estar um passo à frente. As tropas Lannister mais fortes estavam fora do castelo e não só poderão voltar para o tomar, como deixaram as despensas vazias o que dificulta a sobrevivência em caso de cerco e, como vimos, a frota de Euron já na costa a destruir os barcos que trouxeram os Imaculados. Resta a fuga por terra. Será que Grey Worm vai sobreviver? Eu no último artigo previ que não. Vamos ver.
A Norte, Sansa está a administrar bem Winterfell. Com um olho em tudo, inclusivamente no fabrico de armaduras. Ela que nem é conhecida pela sua mestria de batalhas… tal como disse Jon a Tyrion, ela começa a deixar mostrar a sua inteligência. Petyr continua com os seus conselhos que parecem querer o bem de Sansa, mas todos sabemos como funciona este homem: apenas pensa em si próprio e trabalha para si próprio. Entretanto e sem aviso, o que é estranho, chega Bran aos portões de Winterfell para grande comoção de Sansa e mesmo dos restantes homens que estão muito surpreendidos, como é possível ver se observarmos as caras em redor. Por outro lado, Bran está super Zen…
Bran pode ser uma carta importante aqui. Por um lado, ele sabe a verdade sobre Jon. É talvez a única pessoa viva que o sabe (além do pai de Meera que ainda não apareceu na série, se excluirmos a visão da Tower of Joy de Bran). Além disso, Bran tem o dom de poder ver tudo o que já aconteceu e pode acontecer. Ele pode ver o que Petyr fez. Coisas como o facto de ele ter traído o pai e o ter entregue a Joffrey (todas as pessoas que estavam presentes na sala estão mortas também, exceto Cersei, Petyr, que não dirão nada por razões óbvias, e o Cão de Caça) e também o facto de Petyr ter estado envolvido na tentativa que houve para matar o próprio Bran quando este estava inconsciente na cama depois de Jaime o ter atirado da torre. No trailer do próximo episódio podemos ver que Petyr está em posse da adaga usada nessa tentativa falhada e nos livros o papel do Mindinho nessa ação é muitas vezes sugerido de forma implícita.
A cena que mais gostei do episódio foi em Porto Real. Cersei, super calculista e nada tresloucada (como eu esperava que fosse), dá a provar do seu próprio veneno ás serpentes da areia. Uma vingança deliciosa para a Rainha. Muito bem feito por parte dela e quase que até me senti adepto dela e compreendi as suas ações. Não era o que faríamos se nos envenenassem um filho?
Lena Headey faz um trabalho excelente com as suas expressões faciais. Por exemplo, quando Euron entra com os seus cativos no salão, Lena faz uma cara que equilibra perfeitamente raiva e alegria, ambos em quantidades exorbitantes. Palminhas para a atriz que veste a pele de Cersei.
Por falar em Euron, grande interação com o seu rival de amores/futuro cunhado Jaime. Eu acho que Euro acabará por ser um dos catalisadores do romper de relação entre Jaime e Cersei. Uma coisa que faço bastante, talvez erradamente, é colocar-me no papel das personagens e perceber o que faria. A Cersei já estava sozinha e eu já tinha levado a minha mão de ouro para servir noutro lado. Continuo a por o meu dinheiro em Jaime Lannister a matar a irmã no final da série a acabar na Patrulha da Noite.
Continuando com Jaime, o rapaz foi num instante a Jardins de Cima derrotar o maior exército de Westeros. Pelos vistos foi tão fácil que nem teve interesse para nós vermos (ponto negativo aqui). Valeu pelo diálogo final com a Raínha dos Espinhos. Ollena é fantástica até ao fim. Mostra-se preocupada com a forma como vai morrer, não quer sofrer e não quer acabar nas mãos de Cersei, mas mesmo assim ainda tem tempo para duas coisas: primeiro tenta dissuadir Jaime do seu serviço à Rainha e explica-lhe que ele se vai arrepender como ela se arrependeu. Jaime não quer saber e, ao aperceber-se disso, Ollena não tem problemas em aceitar o seu destino. Toma o veneno de penalty, mesmo à tasqueira, e depois confessa Jaime que foi ela que matou Joffrey. Nada de novo, pois ela já o tinha dado a entender à filha uma vez. “Quero que Cersei saiba que fui eu”. Bad ass até ao fim!
Deixei para o final o que penso que será um ponto importante. A coroa recebeu uma visita do Banco de Bravos. A situação é crítica. Porto Real está mais enterrado em dívidas do que a Grécia… Mas Cersei consegue que o emissário de Bravos espere uns dias e até faz dele um novo aliado, porque mostra-lhe que, na realidade, a miúda Targaryen está a perder. Além disso, podemos ver que em Jardins de Cima, os soldados Lannister carregam todo o ouro que conseguem encontrar. Foi isto que Cersei prometeu ao banco de Bravos: pagar a dívida.
Ponto bónus: Mormont está curado! Pode voltar a ser um miserável Friendzoner! E Sam, apesar de receber um mínimo louvor do arquimeistre, foi castigado. Confesso que contava que lhe atribuissem o primeiro elo da corrente de Meistre...
Pelo trailer do próximo episódio, Cersei vai pedir um novo financiamento, mas o emissário vai dizer-lhe que um novo será negociado quando o ouro chegar. Há um plano das tropas Lannister a caminho de Porto Real. Nesta temporada nunca vimos realmente tropas a caminho de nada. Vimo-las na partida e na chegada. Nada mais. Não nos mostrariam uma parte da viagem se nada fosse acontecer. Se olharmos para o mapa de Westeros, o caminho de Rochedo Casterly (onde estão os Imaculados) e o caminho de Jardins de Cima (Jaime e os Lannister) é próximo e com sorte, ou azar, podem cruzar-se. Veremos…
Marcações: game of thrones