
GOT S07E04 - Spoils of War - Review
A espera pelo episódio desta semana foi mais longa do que o habitual, pelo menos psicologicamente. O facto do episódio ter sido roubado de uma filial da HBO na Índia e posto online dias antes da data oficial estava a tornar a difícil andar nas redes sociais sem levar com Spoilers. Mas sobrevivi até ao dia e o episódio foi absolutamente estrondoso.
Estamos oficialmente a meio desta temporada. E aqui vai então a análise, com SPOILERS.
Bronn está de volta com uma cena em que diz mais do que duas frases. Perfeito. Jerome Flynn é um dos melhores atores da série e neste episódio teve, finalmente, uma oportunidade para brilhar. Na cena em que Jaime e uma parte das tropas Lannister está a atravessar a Campina em direção a Porto Real, mesmo antes da épica batalha (já lá chego), Bronn age um pouco como a consciência de Jaime, apesar de nunca perder noção de quem realmente é: um mercenário que pouco se importa com mais alguém do que ele próprio. Algumas coisas que Bronn diz a Jaime nesta cena parecem aumentar a carga psicológica que o Lannister tem neste momento e que começam a gerar algum desgaste na sua relação com a irmã. Falta cada vez menos para Jaime arrancar a coleira.
Em Porto Real, o Banco de Ferro está super contente por ver a dívida paga, mas super triste por não poder cobrar mais juros. Por isso, propõe um novo empréstimo a Cersei o que é exatamente o que ela procura. Ambos os lados ficam a ganhar.
Interessante nesta cena também é a menção da Companhia Dourada. Trata-se de um conjunto de mercenários que atua nas Cidades Livres, do outro lado do Mar Estreito, conhecida por ser o grupo de mercenários maior, mais caro e mais fiel. Curiosamente fundada por Aegor Rivers, um filho bastardo de Aegon IV Targaryen, que é último dono conhecido da espada Blackfire, a espada de família dos Targaryen que, por direito de linhagem, pertenceria a Daenerys.
Cersei pare ter vontade de os contratar e o Banco de Bravos apoia, claro. Nos livros, um suposto filho de Rhaegar, irmão de Daenerys, sobreviveu e passa algum tempo na Companhia Dourada. Veremos se a série menciona isso. Penso que não o fará, porque neste momento já temos um Targaryen secreto para revelar, não precisamos de dois.
Brann continua super Zen e parece ter perdido a sua humanidade, um pouco.. Ele sabe tudo o que acontece, mas parece haver ali problemas de comunicação.
Petyr começa a sua corte com Brann ao dar-lhe a adaga com que o tentaram matar. Recordo que há uma grande especulação de que essa adaga pertenceu sempre ao Mindinho e que foi ele que convenceu Joffrey a mandar matar Brann… Eu diria que por esta altura Brann sabe disso e de certa forma Petyr percebeu-o quando Brann lhe “atirou” a sua própria frase: “O Caos é uma escada”.
Com o regresso de Arya, os Stark são de novo uma alcateia e quando uma alcateia está junta, o lobo solitário morre. Petyr é um lobo solitário. Penso que ainda terá uma palavra a dizer e que vai arranjar um último estratagema, mas a liderança relativamente sólida de Sansa, as capacidades de Brann e a Arya em modo super ninja não deverão dar grandes chances ao Petyr.
Mas é importante perceber que antes de Petyr morrer às mãos de um Stark, vai ser preciso provar que alguma coisa de errado ele fez, uma vez que o Mindinho é o Senhor do Vale e Sansa não se pode dar ao luxo de perder o apoio daquelas casas. Talvez o caminho seja expor o papel dele na morte de Lysa ou de Jon Arryn.
Arya está de regresso, como já disse. Aquele plano com ela a olhar Winterfell com a música tradicional dos Starks com o título Winter has Come. Muito nostálgico. O combate no pátio com Bryenne foi muito bom. Arya com todos os truques que Syrio Forell lhe ensinou e ainda o que “apanhou” na a Casa do Preto e Branco.
As reuniões dos Starks são outro momento por que todos esperávamos desde que Ned foi decapitado e ainda mais depois do Casamento Vermelho.
Arya e Sansa nunca se deram muito bem, mas depois de tudo o que se passou parecem estar mais próximas. O encontro com Brann foi mais frio, como seria de esperar. O aleijado de Winterfell parece ter mesmo morrido na gruta, tal como Meera Reed lhe disse. Eu acho que a pobre Meera tem um fraquinho pelo Brann. É melhor procurar noutro lado.
Em Pedra do Dragão, Jon levou Daenerys ao quarto escuro… para ver figuras na parede. Ele parece ter convencido a Rainha a trabalhar com ele contra os Outros, mas de súbito “Se dobrares o joelho”… E voltamos ao zero. Penso que a certa altura Jon vai convencer a Mãe dos Dragões a ajudá-lo sem essa contrapartida e um passo decisivo para isso pode ter sido dado mas á frente no episódio. Mas já lá vamos.
Os Filhos da Floresta fizeram figuras nas paredes para demonstrar o que foi feito na luta contra os White Walkers, com o pacto feito entre os Filhos da Floresta e os Primeiros Homens.
Faz-me alguma confusão que ainda não tenha chegado um corvo a Pedra do Dragão a informar Jon da chegada dos irmãos a Winterfell, mas a julgar pelo trailer isso acontecerá no próximo episódio.
Reunião entre Theon e Jon. Eu esperava que acontecesse pelo menos um murro nos dentes da lulinha, não aconteceu e é uma pena. Ficamos a saber que o Theon está de volta para pedir a Daenerys ajuda para recuperar a irmã e é assim que ele (e nós) somos informados que a rainha partiu… Para onde?
A rainha levou o seu Dragão e os seus Dothraki a passear na Campina. Aberta a temporada de Caça ao Leão. Não nos é mostrado, mas penso que tenha sido sugestão de Jon. Daenerys rejeito um novo estratagema de Tyrion em favor de eventualmente voar para Porto Real e queimar a Fortaleza Vermelha. Jon acaba por dissuadi-la sem adiantar mais nada e na cena seguinte temos Jaime a ser surpreendido por um Dragão e uma tempestade de cavalos.
Daqui podemos tirar duas coisas: há tensão entre Tyrion e Daenerys e um aproximar entre esta última e Jon.
Não acredito que chegue a haver rotura entre Tyrion e Daenerys, mas é sem dúvida algo que a série quer que acreditemos que é possível.
Finalmente temos uma batalha decente nesta temporada. Uma batalha que fez recordar algo que Robert Baratheon disse na primeira temporada: “Só um louco enfrentaria os Dothraki em campo aberto”. Foi o que aconteceu.
Daenerys, Filha da Tormenta, aparece a Jaime e ás suas tropas, vinda do meio das nuvens cinzentas com os cavalos Dothraki a fazer barulho de trovão. Lindo.
No entanto, não aconteceu o que eu antecipava. Randall Tarly informa momentos antes do ataque, que todo o ouro chegou a Porto Real, portanto a menina Targaryen não conseguiu o ouro que precisava.
Drogon quase que falecia, mas não… Sor Bronn da Água Negra foi corajoso e quase matava o dragão, mas correu-lhe mal. No entanto o escorpião de Qyburn provou que pode ser eficaz. Fica a questão: Não é suposto um escorpião ter veneno no ferrão? No trailer do próximo episódio, Drogon parece bem… Mas nunca se sabe.
Tyrion observa a batalha ao longe e ainda que queira a vitória, mostra também compaixão pelo irmão. Jaime, depois de Kingslayer vai tentar ser Dragonslayer, ao pegar numa lança para matar Daenerys, partindo do princípio que Drogon estaria atordoado… Mas não. Mesmo quando Jaime tem Daenerys na mira, a cabeça de Drogon aparece no plano e prepara-se para fazer Lannister no Forno. No último momento, Bronn salva Jaime (que assim foi salvo da morte duas vezes em pouco tempo) e vão parar ao fundo do rio, onde ficarão até à próxima semana, quando tivermos novo episódio.
Intenso. Foi o episódio mais curto de sempre em termos de running time, mas talvez dos mais intensos, se não mesmo o mais intenso.
Marcações: game of thrones