
GOT S07E06 - Beyond the Wall - Review
Mais um episódio, o penúltimo da temporada. “Beyond the Wall” saiu no domingo, chegou a Portugal na segunda-feira, mas muitos já o tinham visto devido ao erro da filial da HBO em Espanha que lançou o episódio demasiado cedo.
E então, o que é que transpirou dos eventos do penúltimo episódio da penúltima temporada?
Todo o episódio gira à volta basicamente de duas localizações: a norte da Muralha e Winterfell. Apenas curtas escapadelas a Pedra do Dragão mas com ponto de ligação com o que se passava a norte.
Comecemos por Winterfell. Não estou muito entusiasmado com os eventos entre as irmãs Stark. Acho que estamos a investir tempo num enredo que sabemos que não vai terminar da forma que nos querem fazer acreditar. Não acho que Arya vá matar a Sansa. Penso que a certa altura uma das duas irá perceber o que está a acontecer e que a influência de Petyr é negativa. Brienne já tentou mostrar isso mesmo a Sansa, sem sucesso. Não sei como vai acabar, exactemente, mas sei que Sansa será assassinada por Arya. Por outro lado, sei o que gostava que acontecesse: Arya mata Petyr e depois usa a cara dele para continuar a ter o apoio dos Senhores do Vale.
O episódio girou em torno do que aconteceu a norte da Muralha. Há uma coisa que tenho de dizer já: desiludiu-me o número de pessoas que não morreram. Logo no início quando o grupo vai caminhando pela neve, percebi que haviam alguns elementos com eles que não pertenciam ao “cast” principal e que serviam claramente de carne para canhão. Um pouco como aqueles Camisas Vermelhas do Star Trek que morriam sempre.
Gostei muito daquela cena com o Urso, serviu para nos dar um cheirinho do grau de dificuldade do que aí vinha e para relembrar que o Cão de Caça não aprecia o fogo.
A interacção das personagens aqui foi muito boa, e ajudou-nos a ter algo que muita gente se tem queixado que está em falta nesta temporada: desenvolver as personagens. O momento entro Jon Snow e Jorah Mormont, em que Jon dá Garralonga a Jorah, porque aquela é a espada da Casa Mormont, e ele rejeita, cria uma ligação interessante entre estes dois personagens. Foi também o momento em que eu fiquei a acreditar que Jorah ia morrer. Mas não.
Também o Cão de Caça e Tormund foram criando uma ligação interessante (diálogo sempre hilariante de Tormund quando se refere a Brienne, “I want to make babies with her”).
Beric Dondarrion é uma das personagens em quem eu apostava forte para morrer, sobretudo pela missão que o homem acredita ter sobre os ombros. Esperava que desse a vida por Jon Snow a certa altura, mas não aconteceu. No entanto, perdeu Thoros, o sacerdote capaz de o trazer de volta à vida, o que significa que da próxima vez que morrer, a oitava, será de vez.
Vi alguns sites e reviews a questionarem, por exemplo, o facto de Thoros ter morrido quando Beric tem uma espada flamejante que podia ter sido usada para o aquecer. Discordo em absoluto. A espada flamejante de Beric é um truque e não magia. Todo o combustível é limitado e seria necessário para a batalha. A preocupação de Beric estava noutro lado.
Mas recuemos um pouco no esquema geral das coisas e vamos ao primeiro encontro do grupo com uma pequena patrulha de caminhantes brancos. Eles são despachados sumariamente quando Jon destrói o líder, e, por conseguinte, todos os outros morrem…. Menos um. Que conveniente. Foi deixado claro que todos morreram porque tinha sido morto o seu criador, então e aquele que sobrou? Não foi criado por ele? Este é o ponto de controvérsia que muitos reviewers online atacaram. Bem, pode ser visto como uma falácia, mas a verdade é que podia não ter sido. Não acho que tenha sido uma falha ou um plot hole…. Acho, isso sim, que há pessoas que só vêm estes programas para encontrar plot holes e não para ser entretido… Não penso que este tenha sido um ponto demasiado relevante.
Neste momento, aquele que é provavelmente o último Baratheon na Terra, recebe a missão de correr até à muralha para enviar um corvo a Daenerys a pedir ajuda. E é aqui que começa o maior problema de Game of Thrones esta temporada: Timeline.
Então, os nossos heróis estão cercados, e Gendry dá uma de Forrest Gump e chega num instante à muralha, envia um corvo, e de repente Daenerys e os seus filhos chegam. Tudo isto ocorre em menos de 5/10 minutos no ecrã. Mas haverá mesmo um problema de timeline aqui? Eu acho que não. Durante a “estadia” do esquadrão suicida naquele rochedo nós vimos escurecer e amanhecer, o que significa que passou pelo menos um dia. Dragonstone fica mais ou menos a meio de Westeros, pelo que me parece que, a voar, um dia seja suficiente para ir e voltar. Aqui não temos problema de timeline, temos problema de mau hábito: o mau hábito que a série teve de, em temporadas anteriores, encher demasiado chouriço. E agora que já não o está a fazer porque tem data para terminar, parece-nos estranho.
Então, reunidos numa pequena ilha no meio do gelo e cercados por guerreiros mortos, os nossos heróis são salvos no último momento por Daenarys e os três Dragões. Os sobreviventes do grupo montam Drogon, com o seu morto-vivo encomendado, enquanto Snow lhes protege a retirada. Infelizmente, o ponto de viragem na série acontece aqui: o Rei da Noite, que pelos vistos era recordista mundial do lançamento do dardo, atira uma lança que atinge Viseryon e mata o pobre dragão. Foi aqui que Pinto da Costa desistiu da série.
Daenerys, desolada, foge. Jon Snow é arrastado para o fundo do lago gelado, sabendo nós perfeitamente que ele jamais morreria assim… Quando finalmente sai, está cercado e chega o nosso meio morto Benjen Stark que, pelos vistos, termina aqui a sua participação na melhor série alguma vez feita… Ooops, já disse…
O episódio termina com dois pontos importantes: um momento entre Daenerys e Jon que confirma que mais cedo ou mais tarde andarão às cambalhotas; e a retirada de Viseryon do fundo do lago e posterior ressurreição.
Muita gente revelou problemas e desconfianças quanto às correntes usadas aqui…. Só para eu perceber: mortos vivos e dragões, para vocês é realista; correntes? De onde saíram as correntes?
Além disso, aquelas correntes são semelhantes às usadas em âncoras e recordo que os White Walkers dominam Larduro que é uma cidade costeira. Além disso, estamos perto de Atalaialeste que fica junto ao mar, portanto haverão vilas portuárias perto.
E assim, fica a expectativa de termos uma batalha aérea em Westeros em breve.
Em suma, mais um episódio cheio de ação que, como já disse anteriormente, contrasta profundamente com aqueles episódios cheios de nada que chegamos a ter em temporadas transatas, em que tínhamos cenas longas de Brienne a andar com Podrick pela floresta…
Marcações: game of thrones